O aluguel de ações e suas principais características
Ao iniciarmos no mundo dos investimentos, uma das primeiras lições que passamos se refere à importância da diversificação da carteira. Diante disso, a diversificação consiste em investir em diferentes setores (no caso da carteira de ações), mas também em se ter parte do patrimônio investido em renda fixa. Nesse contexto, surge a oportunidade de nos proteger do risco, uma vez que, o investimento com pouco risco e baixa rentabilidade, por vezes, pode compensar uma perda de patrimônio em um investimento de alta rentabilidade e alto risco. Mas será que não corremos nenhum risco ao investirmos em renda fixa? E se corremos, quais são?
É fato que todo investimento tem risco. Nesse sentido, o risco diz respeito à incerteza que o investidor tem ao investir seu dinheiro, sendo que, quanto maior for essa incerteza maior será o risco do investimento. Além disso, quanto maior for a expectativa de retorno, maior será a incerteza, ou seja, o risco. No caso da renda fixa, a incerteza é baixa e a expectativa de retorno também. Os investimentos em renda fixa geralmente estão atrelados à taxa SELIC, taxa essa que é determinada pelo COPOM e que pode subir ou cair de acordo com o período econômico em que o país se encontra. Assim sendo, ao se investir em títulos do governo, por exemplo, o investidor consegue ter uma boa noção de qual será o seu retorno em determinado período de tempo, basta estar atento à variação da taxa SELIC. E, mesmo que a SELIC tenha uma queda acentuada, como foi o caso do ano de 2020 devido à crise gerada pela pandemia do SARS- CoV-2, o investidor não terá o seu patrimônio reduzido, uma vez que os investimentos em renda fixa (tanto público, quanto privado) possuem uma espécie de garantia. Logo, no fim do período estipulado para o seu investimento você terá o valor que investiu inicialmente mais o rendimento advindo da taxa de juros.
Dessa forma, ao se investir em renda fixa, existem dois tipos de taxas que o investidor pode escolher: a taxa pré-fixada e a pós-fixada. Os títulos pré-fixados são aqueles em que o investidor já sabe desde o início qual será a rentabilidade de seu investimento, enquanto os títulos pós- fixados são aqueles em que a rentabilidade irá acompanhar um indicador financeiro, como a taxa SELIC. Ao realizarmos um investimento em renda fixa, seja de forma pré-fixada ou pós- fixada, estamos sujeitos aos seguintes riscos: risco de liquidez, de mercado e de crédito. Isto posto, o risco de liquidez diz respeito à velocidade em que conseguimos transformar o título em dinheiro, sendo que, quanto menos líquido for um investimento, maior o seu risco.
Se tratando de renda fixa, o risco de liquidez é bastante baixo e ocorre principalmente nos títulos pré- fixados, caso o investidor decida por encerrar o investimento antes do término do período de aplicação (ainda assim o investidor não irá perder dinheiro, apenas terá a rentabilidade menor e ficará sujeito às regras para encerrar o investimento). Por conseguinte, o risco de mercado é o tipo de risco inerente às mudanças nas condições do mercado, ou seja, está relacionado à volatilidade dos índices de preço, câmbio e taxa de juros. Investidores de renda fixa não sofrem muito com esse risco, uma vez que possuem alta liquidez e, portanto, não existe uma incerteza de prazo para que a volatilidade dos índices citados afete o investimento.
Por fim, o risco de crédito está relacionado à saúde financeira do órgão emissor do título e ocorre quando o mesmo não cumpre com suas obrigações devido à uma situação financeira ruim, que pode ser momentânea ou até mesmo uma falência. Apesar dos riscos de crédito na renda fixa (principalmente nos títulos do governo) serem baixos, são a eles que o investidor deve dar maior atenção, principalmente se estiver investindo em uma instituição privada. Diante disso, uma forma de se proteger desse risco é analisando previamente a instituição para conhecer a sua situação financeira e, dessa forma, o seu risco de inadimplência. Além disso, existe a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC): aplicações como CDB, LCI e LCA, de até R $250 mil por CPF, são garantidas pelo FGC, que faz a reparação caso a instituição financeira não tenha condições.
Nota-se que, a renda fixa, apesar de baixos, possui riscos e que o investidor deve estar sempre atento antes de tomar a decisão de onde investir o seu dinheiro. No caso de renda fixa, a taxa SELIC juntamente com a expectativa de inflação devem ser alguns dos parâmetros a serem analisados, além, é claro, dos riscos de liquidez, mercado e crédito, sendo esse último o mais importante. Esse tipo de investimento é bastante utilizado por pessoas que procuram uma forma de rentabilizar seu fundo de emergência, já que possui uma alta liquidez e um baixo risco (o que ocasiona uma baixa rentabilidade) e também por investidores conservadores, que procuram correr a menor incerteza possível em seus investimentos, abrindo mão de uma maior rentabilidade.
Referências:
FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS. FGV ONLINE. Como Fazer Investimentos l. Rio de Janeiro, 2020. https://einvestidor.estadao.com.br/investimentos/cuidado-voce-tambem-pode-perder-dinheiro-na-renda-fixa