O aluguel de ações e suas principais características

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Lucas Andrade
Lucas Andrade

Em um primeiro momento, podemos definir o aluguel de ações como o processo em que o doador, dono do título, disponibiliza tal título para empréstimo aos investidores conhecidos como tomadores, que a partir da realização do aluguel se tornam proprietários daquele ativo até que chegue ao fim o período de vigência do aluguel. Por conseguinte, ocorre uma transferência temporária de propriedade, em que o tomador passa a ter direito de participação em assembleias e também ao voto.

Diante disso, a ocorrência do aluguel, na maioria dos casos, acontece devido ao doador adotar investimentos e estratégias de longo prazo, de modo que, durante esse intervalo de tempo, ele consiga uma remuneração que será estabelecida juntamente a corretora, além de também determinar as quantidades, o prazo e valores desejados no acordo de aluguel, sendo tudo isso de acordo com os objetivos do doador. Entretanto, cabe ao investidor ficar atento ao fato de que estabelecer valores muito altos para sua remuneração possa comprometer a operação de aluguel, pois existe a possibilidade de que não haja algum tomador interessado no acordo. Além do mais, o tomador deve estar ciente que para realização do aluguel ele deve arcar com uma taxa de alocação (2% a 5% a.a.), além de considerar que o preço da ação pode variar mais do que sua expectativa e também deverá cumprir com a garantia exigida pela corretora, podendo ser por meio de diversos ativos (ações, CDBs, títulos do Tesouro Direto, entre outros) de modo que ao chegar no vencimento do acordo o capital seja capaz de cobrir a liquidação.

Como mencionado anteriormente, umas das vantagens da prática do aluguel para o doador é o fato de que ele consegue um ganho de rentabilidade na carteira sem precisar de vender suas ações, além de que os dividendos e juros sobre capital próprio também serão recebidos pelo doador na data de liquidação, após correção dos valores. No entanto, por se tratar de uma operação garantida pela B3 e de baixo risco para o doador, além da inexistência de custos para o mesmo, essa se torna uma alternativa muito interessante para aqueles que disponibilizam suas ações via aluguel visando uma possibilidade adicional de ganho e rentabilizando ainda mais seus ativos.

Agora falando um pouco sobre o tomador, ao realizar a alocação, ele passa a ter direito de utilizar os ativos alugados como margem de garantia para operar no mercado futuro, além de ter cobertura no lançamento de opções de compra e se tornar capaz de comercializar os papéis no mercado à vista, utilizando ativos para liquidar operações realizadas nesse mercado. Todavia, o tomador é normalmente caracterizado como um investidor que busca por operações de curto prazo e que já tem em mente uma estratégia e objetivo específico, podendo ganhar dinheiro na bolsa de valores através da venda com preço maior e compra em cotações mais baixas, sendo essa prática também chamada como vendas a descoberto. Tal prática se trata da venda de um ativo que o tomador não possui e espera que seu preço caia, para poder comprá-lo novamente a um preço menor e resultando em lucro na operação. Outra estratégia que pode ser adotada é a de long and short. Essa estratégia se trata de dois ativos, o long, que é quando se compra o ativo e espera a valorização, e o short, referente ao ativo vendido e o papel alugado, em que se espera a queda. Sendo assim, o intuito é obter um residual financeiro da operação quando liquidá-la, observando que quanto maior a diferença entre as cotações dos dois ativos, maior o retorno para o investidor.

Por fim, temos que o aluguel de ações é uma possibilidade muito interessante para investidores que operam no longo prazo, pois normalmente são eles que se tornam doadores e passam a receber uma renda extra com o valor do aluguel, além dos proventos. Para aqueles investidores com um perfil menos conservador, que se permitem correr alguns riscos e contam com um maior conhecimento da economia e do mercado, a posição de tomador é bastante interessante, podendo render um lucro para o investidor durante o período em que ele alugue ações, de acordo com os resultados obtidos pelas estratégias adotadas.

Referências: