A alta da SELIC: Como ficam os Fundos Imobiliários?
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A priori, o atual cenário da economia mundial é de turbulência, considerando que nenhum país saiu ileso dos efeitos da Covid 19. E o Brasil, que além da crise sanitária, vive constantemente em crises políticas e institucionais, vê sua economia encolhendo com fatores nada favoráveis, seja em relação a queda do PIB, alta da inflação ou a taxa Selic. Após atingir a menor taxa Selic depois de anos seguidos de alta, o Banco Central do Brasil (Bacen) vê o crescimento da taxa como um indicativo de que a economia não caminha bem. A partir disso, a taxa citada tem grande influência nos investimentos realizados no mercado financeiro. Pretende-se mostrar a relação entre Selic e a renda variável, mais especificamente os Fundos de Investimentos Imobiliários.
Antes de mais nada, é importante termos conhecimento do que de fato é a taxa Selic. Segundo o Bacen, a taxa Selic é a taxa básica de juros da economia, sendo o principal instrumento de política monetária para controlar a inflação. Desse modo, ela influencia todas as taxas de juros do país, como as taxas de juros dos empréstimos, dos financiamentos e das aplicações financeiras. Sendo assim, a taxa Selic refere-se à taxa de juros apurada nas operações de empréstimos de um dia entre as instituições financeiras que utilizam títulos públicos federais como garantia. Em vista disso, o Bacen opera no mercado de títulos públicos para que a taxa Selic efetiva esteja em linha com a meta da Selic definida na reunião do Comitê de Política Monetária do Bacen (COPOM), reuniões que ocorrem a cada 45 dias.
Em relação aos Fundos de Investimentos Imobiliários (FIIs), pode-se entendê-los como um tipo de Fundo de Investimento que aplica em investimentos imobiliários, como shoppings, hospitais e prédios comerciais ou ativos relacionados, como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs). Desse modo, ao adquirir cotas de FIIs, o investidor garante o direito de receber uma parte dos lucros, que chamamos de dividendos. Os dividendos dos FIIs costumam ser pagos mensalmente, sendo a data-base o último dia útil do mês.
Portanto, a relação entre a taxa Selic e o Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (IFIX) pode ser facilmente compreendida graficamente e também de maneira teórica. Com o aumento da taxa Selic, os investimentos em renda fixa voltam a ficar mais atrativos, dado o menor risco enquanto ocorre o oposto com os investimentos de renda variável. O gráfico a seguir demonstra a relação inversa entre as taxas.
Isto posto, a pergunta que ecoa na cabeça de muitos investidores nesse momento é se ainda vale a pena investir em FIIs. Especialistas apontam que não há motivos para desespero nem para que haja uma debandada dos investimentos em renda variável, principalmente os FIIs que sofrem menos impacto do que ações de empresas em construção. Outro fator que justifica que pode não haver uma debandada dos fundos imobiliários, é o fato de que a demanda por dividendos é o principal atrativo dos fundos, somados é claro a uma menor volatilidade em relação a outros ativos, como por exemplo, ações. Por fim, o que é unanime entre especialistas é que devemos nos atentar a inflação e juros de longo prazo antes de tomar qualquer decisão sobre investimentos.